domingo, 29 de agosto de 2010

Por que os jovens optam por morar juntos?


O que mais falta é o arrojo de crer no parceiro
As estatísticas não deixam margem a dúvidas. Se unir-se em santo matrimônio, ou "casar na Igreja", sempre foi uma luta secular (milenar) da Igreja, nos últimos decênios se acentuou perigosamente essa tendência. Os missionários leigos de uma Paróquia, certa ocasião, percorreram os domicílios de um bairro, no qual a grande maioria se professava católica. Verificaram que mais de 80% da população não era legalmente casada (no civil), e mais de 90% dos católicos não tinham um casamento abençoado pela Igreja. Os jovens tinham o costume de "ajuntar os trapos" e irem morar juntos. Isso de "casar com papel passado" sempre ficava para depois; isto é, para nunca. Tais casais ficam tolhidos em sua plena participação na vida da Igreja. É uma deficiência de raiz, para formar uma boa família. O que intriga são as razões de tal procedimento.
Sem explorar todos os motivos que podem originar essa vida, sem a certeza da graça de Deus na família, vou me deter, sobretudo, num deles. É a característica, descrita por Jesus, da perpetuidade do casamento; isto é, o matrimônio não deve ser dissolvido pela separação. Tal exigência vem para o bem do casal e para o bem dos filhos. A Igreja, acolhendo o ensinamento do Mestre, mostra que a fidelidade perpétua faz parte integrante de uma família.
Os namorados, contudo, vão mais longe que os apóstolos de Jesus. Estes, ao ouvirem as exigências de Cristo sobre o casamento, exclamaram: "Mas então é melhor não casar". Os jovens e os adultos de hoje falam: "Então é melhor se ajuntar". Os casadouros raciocinam: "Se o casamento não der certo, então é preciso desfazê-lo e partir para outra solução".
O que falta aos noivos de hoje é um sério namoro, bem conduzido, com o objetivo de conhecer a personalidade do parceiro. A maioria das uniões nasce de uma paixão momentânea, de um lampejo de ardor sexual, de uma intuição de feliz convivência. Não existe a paciência de um conhecimento mais profundo ou a verificação do modo como o parceiro sabe administrar as contrariedades. Mas o que falta mais é arrojo de crer no parceiro e saber que a graça divina estará com todos aqueles que recebem a graça do sacramento do matrimônio.
Dom Aloísio R. Oppermann – Arcebispo de Uberaba-MG

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A importância do diálogo

Namoro, tempo de conhecimento mútuo

Namorar é dialogar. O diálogo é mais do que uma conversa; é um encontro de almas em busca do conhecimento e do crescimento mútuo. É pelo diálogo que o casal aprende a se conhecer, a se ajudar mutuamente, a corrigir as suas falhas, a vencer as dificuldades, a cultivar o amor e se unir cada vez mais.
O amor tem muitas faces: a compreensão, a aceitação do outro, o perdão, a busca da verdade, a paciência, a sinceridade, a fidelidade, a bondade, e tudo o que faz o outro crescer. O amor, para ser forte e vivo, deve ser renovado a cada dia com expressões e gestos sinceros.
Você deve conquistar o outro a cada dia! Ser fiel ao outro não quer dizer apenas não ter outro parceiro; é muito mais do que isso, é ser verdadeiro em tudo. Não ser fingido, mascarado, mas, autêntico, sincero. Totalmente transparente.
Lembre-se do que afirmou o pequeno príncipe: "O essencial é invisível aos olhos" e "Só se vê bem com o coração". São Paulo nos recorda que o material é terreno e passageiro, mas o espiritual é eterno. Tudo o que você vê e toca pode ser destruído pelo tempo, mas o que é invisível aos olhos está apegado ao ser da pessoa e nada pode destruir. Esse é o verdadeiro valor. A beleza do corpo dela (e) hoje, amanhã, não existirá mais quando o tempo passar e os filhos crescerem... mas aquilo que está no "ser" dele ou dela ficará sempre, e é isso que dará estabilidade ao casamento e garantirá sua felicidade duradoura, da sua família e dos filhos.
O namoro é o tempo de conhecer o coração do outro, e não o seu corpo; é o momento de explorar a sua alma, e não o seu físico. Guarde bem isso, e bom namoro!


João Mariano e Silvia Helena

Problemas do namoro,


A fase em que cada um vai conhecer o outro

O namoro é uma fase bela da vida, na qual duas almas se encontram com o desejo de realizar o anseio profundo de um dia viverem um para o outro, gerar os filhos e serem felizes. É um anseio que Deus colocou no coração de cada homem e de cada mulher; no entanto, esse tempo bonito pode se transformar em uma etapa triste na vida de muitos que não souberem enfrentar com coragem e sabedoria os seus problemas. Esses problemas não devem desanimar os casais de namorados, pois muitos deles podem ser evitados se antes de começarem a namorar tiverem um bom conhecimento recíproco, obtido por uma boa amizade anterior ao namoro.
Quando escrevi o livro “NAMORO”, tive a sensação de que ele não seria muito lido pelos jovens, porque nele eu falo de um namoro responsável, sem o “ficar”, sem vida sexual, entre outros. Mas eu estava enganado. Foi uma grande surpresa para mim e uma grande alegria constatar, depois de tantos anos, que de todos os livros que já escrevi, este é o mais lido por eles.
Eu e minha esposa recebemos centenas de cartas e e-mails de jovens que nos pedem orientação sobre o namoro e o noivado e seus problemas. Por isso escrevemos o livro “PROBLEMAS NO NAMORO”, uma tentativa de completar o primeiro livro sobre esse assunto [namoro] e trazer um pouco mais de reflexão e orientação sobre os problemas mais comuns que surgem na vida dos namorados.
Analisamos mais de mil cartas e e-mails de jovens nos relatando os seus problemas e nos pedindo orientação; a partir desses depoimentos escrevemos essa obra. Achamos que, respondendo a essas perguntas, poderemos dar uma palavra mais objetiva e direta à juventude.
Preocupa-nos profundamente a falta de maturidade que hoje existe em muitos namoros e noivados; muitos dos quais se transformam apenas em relacionamentos sexuais, gerando muitas vezes uma gravidez, um aborto ou até mesmo um casamento imaturo que acaba durando pouco tempo. E isso vai levando a família ao esfacelamento, os filhos vão ficando sem a presença dos pais e sua formação e educação vão ficando prejudicadas.
Os problemas no namoro naturalmente surgem porque duas pessoas diferentes de repente se encontram e começam uma caminhada juntas. Nem sempre essa caminhada é fácil. São muitos problemas: traição, diferença de religião, relacionamento difícil com os pais, diferença de idade, dúvidas sobre a pessoa do outro. Desentendimentos e brigas no namoro, temperamentos diferentes, dúvidas e inseguranças no namoro; namoros muito longos ou muito curtos; ciúmes; a família do namorado; as diferenças de idades; traumas de namoros terminados; namoro e religião; diferença de religião; namoro de mãe ou pai solteiro; namoro com alguém que já foi casado; namoro pela internet; namoro à distância; namoro e sexo... e muito mais.
Muitas são as perguntas: Com quem namorar? O namorado do meu sonho pode ser o namorado que tenho? Quando namorar? Como namorar? Ficar e namorar? Devo continuar meu namoro? Por que não arrumo namorado? Quando se casar?
Esses são alguns dos problemas que centenas de jovens nos contaram e que pudemos analisar em 14 capítulos do citado livro. Como disse, é normal que surjam problemas durante esse período [namoro]; pois é a fase em que cada um vai conhecer o outro e isso nem sempre é fácil. Desse conhecimento surge a grande decisão de continuar ou não o relacionamento que pode se transformar futuramente em casamento.
Se há impasses intransponíveis, o casal não deve insistir demasiadamente em continuar o namoro e partir para um casamento “a qualquer custo”. Isso pode ser destruidor para a vida de ambos. Os problemas precisam ser enfrentados com lucidez, coragem, honestidade e, sobretudo, com sinceridade.
Os valores essenciais de cada um não podem ser menosprezados; não se pode abdicar deles, especialmente quando se trata de valores morais e religiosos.
Todo casamento é um namoro que deu certo; e isso só acontece quando há uma convergência dos valores essenciais de cada um. Por isso, diante deles, não se pode “tapar o sol com a peneira”; se o obstáculo é intransponível, o relacionamento pode cessar, a amizade ser mantida e cada um partir para uma nova caminhada.
Por outro lado, se as divergências forem secundárias, por problemas que podem ser corrigidos com a presença e o amor, isso deve ser feito e é muito bonito. A grandeza de um namoro se mede especialmente pela capacidade de cada um fazer o outro crescer. Isso já é um treino para a vida a dois no casamento.




Prof. Felipe Aquino


felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias".

sábado, 8 de agosto de 2009

Namorar não é fácil

O convívio nos coloca abertos às criticas





Pessoas com desejo de se casar e constituir família sentem-se frustradas por não conseguirem levar adiante um relacionamento. O problema parece ainda maior quando se lembram dos namoros anteriores malsucedidos, nos quais foram criados vários sonhos em castelos de areia por acreditarem ter encontrado o (a) príncipe (princesa) encantado (a). Esses traumas seguramente seriam minimizados se, durante o envolvimento, esses casais levassem mais em conta a falta de disposição do outro para acolher as exigências e as responsabilidades da vida a dois, além de outros sinais que poderiam ser um forte indício de incompatibilidade.
É engano acreditar que somente pela condição financeira estabilizada ou pela boa aparência se consiga estabelecer um namoro duradouro. Viver bem esse tempo significa permitir que este nos ajude e nos ensine a lidar com algumas situações ainda não experimentadas, como divergências de opinião, interferências dos familiares no relacionamento, dificuldades em encontrar o equilíbrio, brigas, vícios, entre outras dificuldades que certamente surgirão durante o processo de conhecimento mútuo.
No convívio, o casal de namorados passa a ser regido conforme um princípio comum, estabelecido a partir dos valores nos quais foram educados e que irão fundamentar uma futura vida conjugal. Da mesma maneira que formamos opiniões sobre as pessoas, estas também criam conceitos a nosso respeito. Se num breve encontro com alguém somos capazes de fazer um julgamento, bem maiores serão as chances de elaborarmos um verdadeiro dossiê a respeito da pessoa com quem estamos convivendo nessa fase [namoro]. Muito mais que se confrontarem com ocasiões divergentes, os enamorados precisarão buscar soluções sensatas para equacionar os variados tipos de impasses.
É certo que a experiência do convívio a dois nos coloca abertos às possíveis críticas
e a recíproca também é verdadeira. Ser desaprovados a respeito de uma roupa que estamos usando, por exemplo, não nos causa tanto desconforto se comparado ao mal-estar causado ao sermos censurados pelo nosso comportamento. Aprender a acolhê-las [críticas] e aplicá-las no nosso viver é uma das virtudes necessárias para o desenvolvimento de um bom relacionamento. Esse novo processo, o qual muitas vezes é lento, se torna mais fácil com a ajuda do outro, quando este também deseja viver as possíveis mudanças exigidas.
Namorar
alguém muito diferente de nós, não significa que o relacionamento esteja fadado ao fracasso. Por outro lado, sabemos que, nesses casos, maiores devem ser os gestos de paciência e esforço de forma a criar novas perspectivas para as divergências nos pontos de vista, valores, ideais, entre outros. Apenas reclamar do (a) namorado (a) – que foi sua escolha – de nada ajudará.
O ritmo da nossa vida nos impulsiona a sermos melhores a cada dia. Não podemos ser guiados pelo próprio comodismo de continuar a ser aquilo que nos torna pouco agradáveis ou intransigentes ao outro. Insistir na ideia de que “aquele que gosta de mim precisa me aceitar como sou” não funciona. Fazer uma avaliação sobre o que tem sido vivido no namoro e corrigir os possíveis desvios facilita o convívio e fortalece os laços. Pode acontecer que, nessa análise, se descubra a intolerância como uma possível causa da desarmonia no relacionamento, a qual não deve ser levada para a próxima etapa, isto é, o casamento.


Conheça a Comunidade Gente de Fé


Dado Moura


contato@dadomoura.com


Dado Moura é membro aliança da Comunidade Canção Nova e trabalha atualmente na Fundação João Paulo II para o Portal Canção Nova, como articulista.Para ouvir comentários de outros artigos, acesse: podcast RelacionamentosOutros temas do autor: www.dadomoura.com